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Ceará desenvolve protótipos de aparelhos


O equipamento - uma máquina de prototipagem rápida, do tamanho da cabine de um caminhão - utiliza como matéria-prima uma resina líquida que simula o plástico para dar forma no mundo real aos projetos de objetos em 3D criados em software pelos pesquisadores. Segundo o designer Ronaldo Mota, a equipe trabalha com o desenvolvimento de uma metodologia própria na criação de vários protótipos para celular e monitores.

"Atualmente, na parte de prototipação, estamos tentando parcerias na área médica e odontológica para ampliar o uso da máquina", diz a professora Rossana Andrade, que coordena o Great. "O objetivo é sempre buscar inovação e produzir resultados que possam ser integrados no cotidiano das pessoas. Nas outras áreas de pesquisa que trabalhamos, a computação ubíqua tem sido o nosso foco, tentando integrar os nossos conhecimentos em segurança e redes de sensores sem fio com o intuito de tornar a integração dessas tecnologias viável e de baixo custo", afirma.

Aproveitando o foco nas possíveis parcerias com empresas, os pesquisadores do Great também pensaram em soluções como o "3D Guide", que utiliza os resultados das pesquisas na área de design gráfico de produtos e multimídia para facilitar a vida dos usuários de equipamentos como aparelhos celulares e impressoras. Nada há mais chato do que ter de ler páginas e mais páginas do manual desses produtos para se sentir totalmente preparado para utilizá-los. Foi para facilitar essa tarefa que a equipe do Great criou uma aplicação para celulares onde o usuário pode navegar pela imagem 3D do produto e aprender suas funções, sem necessariamente ter de ler o manual.

Foco nos celulares

Os aparelhos celulares são vistos pelo pessoal do Great como um vasto campo a ser explorado - desde a criação de modelos de aparelhos até o desenvolvimento de aplicações dedicadas às telinhas móveis. O Grupo de Desenvolvimento de Aplicações Móveis, baseado também no Great, desenvolve atualmente projetos que tiram proveito dos novos recursos dos celulares, como o uso do acelerômetro (sensor de movimento incorporado aos aparelhos) em jogos eletrônicos e o uso do GPS e de mapas para serviços colaborativos de identificação de pontos de coleta seletiva de lixo, por exemplo. Esta última ideia, que gerou o software Eco Marker, rendeu à equipe liderada pelo estudante Clayson Sandro um lugar de destaque entre as 14 equipes melhores colocadas - dentre 120 de todo o mundo - no concurso internacional Ericsson Application Award.

Também focando o aparelho celular como uma plataforma promissora, o projeto "Great Tour" pretende dotar esses dispositivos móveis de uma interface que possibilita ao usuário receber informações em tempo real, de acordo com o contexto à sua volta e com o seu perfil. Se estiver visitando um museu, por exemplo, o usuário receberá na tela do celular informações sobre as obras que estiverem ao seu redor naquele momento. Ampliando o alcance dessa transmissão de dados, que pode ser via rede sem fio Wi-Fi, por exemplo, em um passeio pela cidade, o turista poderá captar informações sobre os monumentos ou pontos turísticos mais próximos.

Uma ideia semelhante foi desenvolvida pelo pesquisador Windson Viana, que compõe a equipe do Great, em sua tese de doutorado na Université de Grenoble, na França. O projeto de Viana, denominado "Photomap", leva à câmera digital do celular a interatividade com o ambiente e o contexto em que se encontra o usuário. Ao tirar uma foto, o aparelho será capaz de capturar - além da imagem, claro - informações sobre o local, dados históricos, pessoas ao redor, etc. É como se o álbum de fotos da viagem já ganhasse legendas automáticas, trazendo uma preocupação a menos para o turista interessado em registrar todos os detalhes - não somente as imagens - dos lugares visitados.