O Facebook se tornou um verdadeiro alvo de críticas em relação às questões da privacidade e compartilhamento de informações na web. Para que a empresa não se complique ainda mais, há uma série de passos a serem tomados.
1. Encare a situação
Quando os problemas com o Google Buzz começaram, os cabeças da empresa responderam imediatamente. Eles enviaram mensagens se desculpando e fizeram alterações em 48 horas. E mais mudanças depois disso. Receberam claramente a mensagem de que haviam cometido um erro.
Mas e o Facebook? Nem tanto. Ainda não é certo se a companhia entendeu a mensagem. Em ambos os casos, essas grandes empresas, movidas por publicidade, fizeram a escolha automática de que seus usuários preferem compartilhar seus dados com o mundo por padrão.
Você se lembra daquele antigo clichê de gestão que diz que é melhor pedir perdão ao invés de permissão? Isso não se aplica aqui. Com a privacidade do usuário, é sempre melhor pedir permissão primeiro e, se não receber um retorno, encarar como se não tivesse recebido.
Isso cortará, é claro, suas taxas de participação – uma pena. Se uma empresa quer a informação de um usuário, ela deve dar um retorno ao usuário – o que nos leva ao segundo passo.
2. Dizer aos usuários qual será o retorno
Entendemos porque a divulgação das informações de usuários. O que não compreendemos é o que recebemos como retorno disso. Qual é exatamente o benefício? Agora podemos entrar no site de música Pandora e ele já sabe qual música gostamos? Isso já acontece. Podemos entrar no Yelp e ver o que nossos amigos recomendam? Isso também já existe.
Se há alguma razão pela qual gostaríamos de optar por participar (e não optar por sair) deste compartilhamento de dados, o Facebook precisa oferecer um benefício claro.
3. Cortar o besteirol corporativo
O problema não é uma questão de relações públicas, é uma questão de políticas da empresa. Portanto, o Facebook não deve dizer que a mídia odeia essas atitudes enquanto os usuários as amam.
É claro que algumas pessoas gostam dos novos recursos. Mas até mesmo a maioria dos usuários do Facebook (pelo menos os que não estão muito ocupados jogando Farmville para descobrir) também se importa. Muitas pessoas ainda utilizam o Internet Explorer, mesmo sendo um navegador lento e com vários problemas de segurança, simplesmente porque são muito preguiçosas ou não sabem como mudar para uma alternativa melhor.
4. Fazer testes antes de aplicar as mudanças
A polêmica sobre privacidade poderia ter sido abafada se não fossem quatro falhas de segurança que vieram à tona imediatamente após a apresentação da “estratégia de personalização” do Facebook. Elas instalaram aplicativos secretamente nos perfis dos usuários, revelaram informações sobre as conversas “privadas” de amigos na rede, vazaram informações sobre o endereço IP de usuários e permitiram que um hacker roubasse informações de identificação dos usuários diretamente do Yelp. Sim, o Facebook corrigiu as falhas rapidamente. Mas será que alguém testou esses recursos antes deles serem lançados?
O Google, por outro lado, coloca a palavra “beta” (fase de testes) em seus produtos antes de lançar oficialmente. O Facebook anunciou recentemente novas medidas de segurança que ajudarão a proteger os usuários contra ataques de phishing, mas já está um pouco em cima da hora.
5. Humildade faz bem
Recapitulando a história de sucesso do Facebook: os fundadores roubaram a ideia de outra pessoa e a tornaram em uma empresa multi-bilionária com 400 milhões de usuários (chegando aos 500 milhões). Mas não é por isso que ela pode ditar as regras na web e decidir o que faz com os dados de seus usuários.
Fonte: IDGNOW em 18/05/10